domingo, 26 de dezembro de 2010

Divagações

Me acho um nada
Ou talvez muito pouco


Mas converso comigo e escolho como se me achasse tudo


Apenas aguardo
Que me digam o que sou


E então terei o prazer de contestar e dizer: sou mais. Sou menos.


Não importa, eu não acredito nem em mim.





Prazer, a contradição.






É como falar de Londres sem nunca ter ido?


Não!


hahahaaha


É como falar da vida sem nunca ter morrido!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Verdade

ver.da.de
s. f. 1. Conformidade do conhecimento com o real. 2. Realidade, exatidão. 3. Sinceridade, boa fé. 4. Princípio certo e verdadeiro. 5. Representação fiel de alguma coisa da natureza.


Jesus disse "Eu sou o caminho, a verdade e a vida."


Talvez cada um possa escolher seu caminho. E a vida só faça sentido se embasada na verdade.

Eu só sei que a verdade está acima de mim. Eu não tenho capacidade pra destruí-la. Mas eu também estou acima das mentiras do egoísmo, da falsidade e da falsa ideologia de uma falsa liberdade que você prega.

Não será você nem ninguém que me fará parar de acreditar nas pessoas e no mundo. Eu preciso disso pra ser feliz, sou e serei. E eu acredito em mim. Sempre levantei a bandeira da verdade e continuarei levantando com um sorriso no rosto, cantando, dançando, falando alto. O que passou, passou, mas agora, sinceramente, quero esquecer. Não se engane, você não foi nem será o único. Eu também sei ser especial e há muitas pessoas no mundo. Ficou uma cicatriz no lugar que arranquei do meu coração. Ficaram muitas páginas mal arrancadas no livro da minha vida. Mas quem quer um livro perfeito?

Você não passou de um personagem inventado por nós para me enganar. Foi bom enquanto precisei, e sei que foi bom pra você também. Mas você escolheu a mentira: se engane como quiser. Eu sou sorriso, sonho, liberdade e ilusão - ilusão boa, que sonha, que quer, que luta, que idealiza - e você, como eu imaginava, não existe mais. Seja feliz, desejo isso até para os meus inimigos. Viva bem com seus personagens. Você podia ser muito, mas não é nada. Fique com as mentiras que você inventou pra você mesmo nunca ver seu potencial. Eu acredito e vejo o meu. Talvez um dia você acredite em você e se permita acreditar nas pessoas e no mundo, não precisando mais invejar a minha liberdade de simplesmente ser livre pra escolher me prender a certas coisas como a verdade que você desconhece.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Eu sou sem vergonha

Eu sou sem vergonha

Eu não tenho vergonha de amar
Não tenho medo de gritar, falar, escancarar, poetizar

Eu não tenho pudores pra pedir informação
Paro, e peço, apelo, imploro, exijo atenção

Eu falo em rimas!
E, num segundo, me canso delas.

Mas não tenho vergonha de escrever.
Escracho, desembaraço, me perco, me mostro, me nego.
Tudo sem vergonha, preto no branco, rubro no liso.

Eu não tenho vergonha de parar e pensar
Eu canto no ônibus
Eu canto na rua
Eu canto pra quem quiser ouvir.
E danço.

Ah! Eu não tenho vergonha de me mexer
E não tenho vergonha de sentir
E me machuco, me misturo, enalteço, estremeço.
No ritmo! Ou fora dele, tanto faz, eu não tenho vergonha.

Eu ouço a opinião alheia. Levo em conta, aprendo.
Eu não tenho vergonha de admitir quando estiver errada.
Mas eu não tenho vergonha de ser a única certa.
Nem medo de ter a opinião contrária.

É por isso que sou assim, sem vergonha.
Não passo perfumes, não uso colônias.
Calça jeans, tênis e camiseta.
Mas o vestido curto? Também não tenho vergonha.

Estudo, pergunto, discuto. Acadêmica.
Leio, e como leio! Sem vergonha.
E também ouço músicas antigas. E algumas novas, sem medo.

A verdade é que eu tive que ter muita coragem pra não ter vergonha de mentir assim
Que algumas coragens aparecem em meio a tantos medos...
Mas eu admito.
Porque não tenho vergonha.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Visões de Mundo

É tudo sobre companhia.
Até mesmo a solidão, ainda que escondida, se refere aos outros. Porque estar sozinho não dói, dói ver os outros apontando que não é uma opção e ver a verdade disso dentro de si.

E é também tudo sobre escolhas.
A vida não acontece duas vezes, e as oportunidades não se replicam: é sim ou não, isso ou aquilo, e o desenho da vida está formado, não há como escapar.

E de escolhas em escolhas, passamos pelo mundo em busca de companhias. Companheiros ideais, companheiros objetivos, companheiros concretos: humanos na estrada. Não há como viver só, a solidão também se torna companheira e traz consigo milhões de solitários e o alento da sua existência.

Seja o bom selvagem ou o lobo do homem, não se pode fugir do contrato social. E me disseram uma vez que "basta a aparência, quem a tem, tem tudo.". Estranho para alguém cujo lema poderia ser a paz. E ainda mais estranho fazer sentido para alguém que exalta a liberdade: e se eu quiser ser livre das impressões que as pessoas têm de mim?

Doce ilusão, menina, doce ilusão....

É tudo sobre escolhas.
É tudo sobre companhias.

Impressões de Mundo

O mundo mudou...

E eu posso sentir isso não apenas nos elementos da natureza, como um grande autor já descreveu, mas dentro de mim.
O que eu acreditava que era pra sempre acabou como se nunca tivesse começado, me jogando para baixo com força avassaladora. Mas não me enterrei: guardei alguns punhados de terra (pois eram diamante e ainda parecem ser) e reencontrei tesouros. Foi estranho, fiquei solta e perdida demais nessa prisão, mas aprendi mais sobre as pessoas. A essência humana não é aquilo que eu via...

Falando em estranho, o que eu achava que era impossível, aconteceu.
Fico eu, tão racional, divagando sobre emoções impossíveis, mas tão reais que me trazem as verdades do medo, da alegria, da angústia e da paz. E também da esperança, que as maquia de modo a não deixá-las tão impossíveis assim. O que é real e o que é sincero não são o que eu julgava que fossem...

E a materialidade de tudo: "eu quero uma casa no campo".
Preciso estar comigo, com a chuva, os livros, a música e só. Mas sou urbana, dada a prédios, movimento e barulho. Minha vida gira em torno do novo urbano. Eu estudei economias de escala e gostei (embora não expliquem minha descoberta sobre mim)...

O conceito do mundo sobre mim também mudou.
É difícil conviver com mudanças concomitantes. A velha essência corre tanto risco...
Mas sorrir, dançar e cantar continuam sendo meus maiores prazeres. E o conceito de iluminar continua incógnito. Só o Sol permanece. Engraçado que eu sonhei que, após um eclipse, o Sol liberava uma bola de fogo que, além de queimar parte da cidade, me tornava invisível e inaudível a todos: só alguns puderam me ouvir baixinho após eu muito insistir em mostrar que estava lá.

Confesso que ser invisível não é problema ao lado de fortes sentimentos. O coração pulsando é audível e explica tudo por si só. Mas, como todas as coisas têm se mostrado mutáveis e mutantes (eu sinto isso no ar), talvez um eclipse seja mesmo um risco imenso. Só espero sempre ter minha amiga razão para esclarecer tudo sem tentar se mostrar melhor ou mais eficiente que essa nova companheira, que sempre esteve lá, mas tinha vergonha de dar a palavra final: a emoção.