sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Corda Bamba

Esse post eu escrevi há mais de um mês no meu caderno, no ônibus. Mas enrolei pra digitar, o anterior foi mais urgente e só agora estou aqui novamente. Mas não quero que ninguém que interprete seu conteúdo no contexto mais recente, mas perceba que é uma indagação muito mais atemporal e complexa do que pode parecer à primeira vista.


É engraçado como existe uma linha tênue entre tantas coisas. Não sei se são intrínsecas, mas vamos aos exemplos:
- O que existe entre a aceitação da realidade e a acomodação que impede a mudança?
- Qual a diferença entre o otimismo que espera o melhor das coisas e/ou acredita que o que está por vir irá melhorar, e os sonhos utópicos dos delírios de um lunático?
- Qual o prazer que existe na entrega aos desejos e qual a felicidade de quem só encontra prazer quando se entrega a tais desejos?
- O que separa a caridade da tolice?
- Quando podemos saber a diferença entre o que é melhor "para mim" ,o que é melhor "para nós", e o que é melhor "para eles"? Afinal de contas, por mais esforçados, sentimentais e compreensivos que sejamos; conhecedores da mente humana, amigos íntimos e entendidos do sujeito em questão (etc), jamais conseguiremos pensar como outra pessoa e entender o que se passa na cabeça dela (pensando cabeça como metonímia da totalidade de pensamentos e sentimentos do ser humano). Mas então, não devemos aconselhar, ensinar, nem julgar em nenhuma instância?
- O que há de errado no egoísmo, quando este se justifica como a vontade de ser melhor do que os outros, sem prejudicá-los? E o que há de certo?

E o  conceito mais difícil de todos: a LIBERDADE!

Quando livres pra fazermos o que quisermos, quem guiará nossos passos, nossa cabeça ou nosso coração? E o que comanda cada um deles? Afinal, vivemos num conflito interno bastante comum, e como diferenciar o que é nossa concepção, do que é nossa vontade, do que é aquilo que refletimos da sociedade? E o quais as vantagens e desvantagens de cada aspecto? De que adianta fazer B negando A e nunca mais poder mudar de idéia? Mas e o que adianta nunca fazer escolhas e passar a vida "acumulando" todas as oportunidades? E por que negar A? O coração ou a cabeça que quer isso?
A liberdade é realmente muito complicada porque as escolhas, essas sim, nos deixam sempre presos à satisfação ou ao arrependimento.

Essas linhas tênues nós nunca conseguiremos desenhar. Mas nossa conduta se equilibra sobre elas, e é crucial percebê-las, discuti-las e pensar, pensar, pensar...