domingo, 1 de setembro de 2019

Beleza

Eu me levei a um show.


Encontrei amigas, compartilhei, conversei, sorri! Mas cheguei sozinha, fui embora sozinha: 29 anos são liberdade de me levar aonde eu puder! Liberdade, onde você estava que eu não te via?

E, nesse caminho, eu posso, com meu sorriso, conquistar as pessoas. Ah, como foi bom ver minhas amigas e meus amigos! Estar com pessoas que, assim como eu, buscam a diversão, a canção, uma distração desse mundo onde as coisas são bem "inho" e carregadas de decepção. Ou talvez essas coisas estejam tão exageradamente ruins e absurdas que precisam de uma pausa no superlativo, pra gente beber e distrair.

Apesar dos trocadilhos, ali eu não estava pela troca: eu somei. Somei experiência, senti que posso tudo mesmo não sendo nada, porque pra mim eu sou todas as minhas possibilidades e é assim que devo me amar. E vejam só, eu bebi, bebi água e comi, tudo certinho. Cuidei de mim e cuidei de conquistar essas pessoas e, assim, tive um dia perfeito...

Registrei, nessa foto, um sorriso com a insegurança de quem não sabia se podia ser tudo o que quisesse. Mas eu quis, fiz e senti tudo o que pude para  me divertir, e me diverti!

E, assim, sigo colecionando, não histórias pra contar, embora eu conte todas, mas momentos que me fazem, me constroem e alimentam esse sorriso que, por sinal, nesse amanhecer de pessoas e experiências maravilhosas, é lindo como o Sol.

sábado, 15 de junho de 2019

Amanhecer

Logo que abri os olhos, me descobri.
Não, não estou dizendo que tirei o cobertor e senti o frio da manhã que a minha janela anunciava.
É que, de repente, percebi uma presença e precisei correr para o espelho para responder à pergunta que me angustiava:
Quem estava ali?

A princípio, estranhei o que vi.
Forma, pele, pelos...
Quando foi que essa aparência me alcançou?
Não sei se gosto do que vejo...

Um ar misterioso, um pouco inocente, mas cheio demais de sombras do que já vivi...
Os elogios me escapam e começo a listar dois, nove, cem defeitos...
Como não me orgulhar da acuidade do meu olhar crítico?
Olhar que, como uma agulha fina, dói.

Correndo, voltei para cama.
No calor do cobertor, pelo menos, não me julgo.
(...)
Mas será que posso perdoar alguém que se prende à cama?
Ah, culpa, minha velha amiga, venha me cobrir novamente...
Ou não? Por favor! Não sei se aguento seu peso...

Então, fugindo, saio da cama mais uma vez, dessa vez de olhos fechados.
PAH!

Estranhamente, permito-me sentir a dor da queda.
Um bálsamo para a dor das críticas!
Percebo que tudo o que quero é uma distração, um corte, qualquer coisa que seja mais humana que esse fluxo de pensamentos.
Pensamentos que, de tão metódicos, só me aproximam da máquina perfeita que me dói saber que nunca vou ser...

Instintivamente abro os olhos, como numa segunda fuga.
Preciso ver o que me dá tanto alívio e, como num quadro, vejo:
Minhas mãos e meus pés estão juntos, num ângulo estranho.

Mas, algo estava diferente.
Olhei mais uma vez e vi tudo o que sou – as mãos, os pés e todos os músculos e toda a angústia
(Ah, quanta angústia!) – me levantando.

E foi assim que senti, logo que abri os olhos:
me descobri.

Belo Horizonte, 06 de junho de 2019.

Tarot

Destino?
Aviso?
Intenção?

Hoje eu me queimei com a borra de café.