Eu nunca soube criar uma personagem.
Todas as minhas postagens são sobre mim, ainda que uma mim meio imm ou mmi, misturada, confusa e diagramada. E me deparo com contos, histórias, todas alheias a seus criadores. Será que a história se cria por si mesma, ou será que há um fundo de pessoa nessas letras?
Acho bonito, tocante e profundo falar de alguém que não existe. É saber usar as palavras de maneira desprendida, e sou egoísta demais. Minhas palavras são minhas, sobre mim, com meu entendimento. Ou não. Já reli muitas coisas e reinterpretei, gosto de ver os outros reinterpretando também.
A questão é mais direta: não tenho aquela imaginação e hoje não gosto tanto mais de falar de mim. Quer dizer, gosto, mas não com o mesmo cuidado, a mesma pompa. Falo de mim, não escrevo sobre mim.
Mas hoje deu vontade: caminhava pela avenida amazonas, sob um céu claro e sol brilhante, quase de cegar. Embora o sol estivesse quente, o vento cortava como todas as palavras não ditas.
Não, eu estava na Avenida Antônio Carlos, embora os cortes tenham sido reais. Vê? Não levo jeito pra coisa. Minha personagem não vive, conta.
A vida se mede, de certo modo, pela historia que se conta dela!
ResponderExcluir